sábado, 17 de abril de 2010

A Justiça é cega, mas acessa a internet

Carolina Brígido

BRASÍLIA - Os gabinetes dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) guardam, amontoados em prateleiras e armários, pelo menos 112 toneladas de papel. Se todas essas folhas fossem empilhadas em uma só torre, ela mediria 2,4 quilômetros. Segundo o tribunal, são 97.238 processos, cada um deles com pelo menos 250 folhas. Há seis meses, porém, uma pequena revolução tecnológica tem acendido a esperança quanto à diminuição dessas montanhas de celulose. Em outubro de 2009, uma resolução do tribunal estabeleceu o recebimento de processos por meio eletrônico. Desde então, chegaram ao STF 2.138 ações nesse formato. Hoje, tramitam na Corte 1.183 processos digitais.

" Agora só assino minhas decisões por meio digital. Além de economizar papel e tempo, é mais prático, é possível assinar tudo de uma vez "

O número é pequeno comparado à quantidade de processos em papel - corresponde a só 1,2% do total. Mas já é responsável pela economia de cerca de 300 mil folhas de papel - ou uma torre de 30 metros de altura e uma tonelada. Merece destaque a atuação do ministro José Antonio Toffoli. Ele assumiu o cargo em 23 de outubro e, desde então, conseguiu digitalizar 151 processos sob sua relatoria. O gabinete que ele herdou era dos mais congestionados e, hoje, tem 11.789 processos em papel. Toffoli acredita que, além de organizar o ambiente, a digitalização acelera a tramitação das ações:

- Meu gabinete é um projeto piloto para novidades. Agora só assino minhas decisões por meio digital. Além de economizar papel e tempo, é mais prático, é possível assinar tudo de uma vez. Se fosse manual, eu teria de rubricar uma por uma as 30 folhas de um despacho.

Fonte: O GLOBO

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